domingo, 5 de dezembro de 2010

DESENTENDER A LÁGRIMA, insiste...

 Eu te dei tudo o que tinha,
caminhei pelo caminho junto contigo, me esforcei pra que estivesse ao meu lado.
Enfrentei os mais profundos desafios contigo.
Nas sombras me encontrava,
quando tu estendestes a mão para mim.
Eu sei!
Que essa sombra que me envolve é mais forte que a morte. Porém sua mão se estendeu, e me levou de volta.
Eu estava na luz, mas me sentia só,
simplesmente porque a luz queimava meu coração.
Simplemente porque a luz ofuscava meus olhos.
E me cegava.
Andei no meio da dor, caminhei só,
e estive aqui perdido todo esse tempo
cego pela luz.

Por quê esse silêncio cai sobre minha alma.

E aqui nas sombras continuo mesmo na luz?
Eu conheço a luz que vem da porta,
a vida morta, que sorri falsamente diante da dor.
Eu conheço o silêncio que se dispersa
a fatia inversa do corte profundo.
Meu silêncio é a lágrima perdida,

a lágrima que ainda
insiste...
insiste...
insiste...
 

Estive aqui todo esse tempo.
Procurando que minha presença fosse notada
Andando pelo caminho e gritando por alguém

Eu, que sou o silêncio da vida

A dor que ainda
Insiste em doer
O ócio, o pensamento profundo

Que nunca mudará o mundo
Mas que insiste...
insiste...
insiste...

Minha canção começa falando de amor

E termina em morte
Meu final feliz se perde
E meu olhar esperançoso se torna uma lágrima só

A lágrima que cai

A esvair-se na lama
A lágrima a lâmina
Que corta sem piedade em dor

Nesse mundo, nunca serei notado

Não importa o que faça eu estarei sempre em silêncio
Todo meu esforço
Jogado
No lixo esvaído
E as lágrimas...

A lágrima que antes era

Agora é loucura
Eu aqui permaneço
Tentando me controlar
Pelo vento, sinto a sombra que me envolve
Tento recuperar-me mais um pouco
insisto...
insisto...

Eu te dei tudo o que tinha

Me esforçei pra falar as palavras certas enquanto estive próximo
Tentei segurar a angústia
Mas não consegui
Ah!

Cristal da lâmina da alma que se estraçalha no chão
A tua calma
Se perde em loucura
Ah!
Silêncio que grita nos meus ouvidos.
Enquanto a morte me espera.
Ah!

Lâmina que corta a alma
A tual calma
Se perde em loucura
Meu silêncio se desperta.
Minha vida se vai.

Nunca imaginei que as sombras em que mergulhei

Poderiam ser mais profundas.
Nunca pude perceber.
Que a morte poderia ser pior ainda


Ah!
Ainda ...
insisto...
insisto..
insisto...

Por quanto tempo ainda vou conseguir insistir.

Eu ouço o silêncio e o vento
A paz e o lamento
Sinto a dor como nunca senti antes
Tanto que nem mais temo a morte.
Mas não levará minha alma, minha paz e minha vida.
 

Ah!
lâmina encrustada na alma
O desespero sem perdão imerso na dor
O silêncio disperso e sem amor
Vivendo da chave da angústia
Por quê esse silêncio aqui agora

Ainda se demora?
ainda...
ainda...
ainda...

Por Tiago Dotto (Goticus Eternus)

2 comentários:

  1. Guri,deixa as lágrimas cairem...não tente secá-las...pois pode até secar as lágrimas dos olhos...mas do coração não!!!
    Essa dor que te queima...um dia não te queimará mais!!!
    Seu caminho terá luz e sabor!!!
    Tenho certeza que será imensamente feliz...o destino te reservou maravilhas e um amor que te fará sorrir!!!
    Beijão

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  2. Nossa! Que profundo. E elas ainda irão insistir muito pq tb vivemos de lágrimas.Beijo.

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