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quinta-feira, 4 de abril de 2019

O que esta, o que ficará ...

                                                                 A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos,
a vida continua, as pessoas superam , reagem , levantam-se e seguem suas rotinas normalmente.

A GENTE VAI EMBORA as brigas, as grosserias, a impaciência, a intolerância, a infidelidade, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.

A GENTE VAI EMBORA e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas. 
Os problemas moram dentro de nós. 
As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.

A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença.
Na verdade, não faz.
O mundo não chorará por ti.
Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.

A GENTE VAI EMBORA, pois é.
É bem assim: Piscou, a vida se vai.. .
A vida é como um vapor de fumaça que logo passa.
O cachorro é doado e se apega aos novos donos.

Os viúvos se casam novamente, fazem sexo, andam de mãos dadas e vão ao cinema.

A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa.

As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora.
Aquelas coisas que não foram usadas serão usadas por outros

Quando menos se espera, A GENTE VAI Manda-las Embora , A saúde , a beleza.. Aliás, quem espera morrer?
Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.
Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, fizesse amor hoje,
talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço.
Talvez a gente esperasse menos dos outros,
Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, praticasse mais ações voluntárias , dissesse mais eu te amo,que bom que você existe, risse mais, saísse à tarde para ver o mar ou erguesse os olhos para admirar as estrelas, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.

Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais,
ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.

O tempo voa. 
A partir do momento que a gente nasce,
começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa! 
Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque A GENTE VAI EMBORA o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!

Por Tiago Dotto (Goticus Eternus)



terça-feira, 7 de novembro de 2017

Sossega, coração! Não desesperes! - poema Fernando Pessoa


Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa, 2-8-1933.

domingo, 3 de maio de 2015

SONETOS - William Shakespeare/Vinicius de Moraes/Pablo Neruda


De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

William Shakespeare

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes


Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma. 

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores, 
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, 
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira, 

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Tanto de meu estado me acho incerto


Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.

Luis Vas de Camões

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Duas poesias da poetisa gaucha Adriana Grivot !!!! "Que importa" & "Reencontro"

Que importa?
Se esperavas um homem alto
sou baixo.
Se esperavas um homem adulto
sou criança.
Se esperas um homem maduro
ainda não nasci.
Não sei frases bonitas.
Não sei falar bem.
Só sei as coisas do mundo
Só sei as coisas do bem
Quando nasci, nasci pobre.
Quando cresci, cresci pobre.
Quando morrer, morrerei pobre.
Só levarei deste mundo
a fina chuva de verão,
a noite vista por uma janela aberta.
Mas podes estar certa,
sou um homem feliz com
o que sou apenas.
Serei feliz na morte
tanto quanto sou na vida.
Também levarei comigo:
O teu olhar de culpa
O teu riso covarde.
De tudo eu levarei.
Que importa?
Eu ainda não vou morrer.

Reencontro
Em meio a olhares
um par de olhos que parecem meus
Na linha do tempo
um dia um adeus...
Na festa da vida
uma despedida
um reencontro.
Teus olhos
entre tantos
que bom que te encontro.
Adriana Grivot

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O tempo passa ? Não passa (Carlos Drummond de Andrade)

 O tempo passa ? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.


Carlos Drummond de Andrade

domingo, 17 de março de 2013

Dos amores que se vão, aos acordes que viram



 Oh doce coração que busca o verdadeiro amor tão derradeiro e distante em nossos dias,
O tempo este à de ser o premiador, ou seguira a ser meu opressor...
Já fiz acordes, e cantei canções,
A talvez encontre o amor antes destas, antes do som, antes da escrita, antes da prova,
O olhar que não deixara de querer a simples visão de amar, e amar sobre tudo, do começo, do fim, e do depois...

De Tiago Dotto(Goticus Eternus)

sábado, 10 de novembro de 2012

Lágrimas em Silêncio

 Parece que o tempo parou
Nenhuma lágrima
desliza em meu rosto
Só olho para o céu e fico encantada
Aos ver os raios de sol
Tocar as nuvens
Acordando-as para um novo dia
Dias seguintes,dias incertos
Que matam-me lentamente
E só a natureza me resgata
Enquanto os dias passam
Apressando meu fim...
Um silêncio delirante
Abriga agora a minha mente
Nenhuma lágrima a cair
Nenhum sorriso a desejar
Não adianta tentar entender
Pois,nenhuma verdade
Irá me surpreender.
Vejo a sombra cobrir a lua
E o arrepio me envolve
Como o vento tocando as árvores
Na madrugada fria
Nenhuma lágrima a cair
Nenhum sorriso a desejar
Noturna e guerreira
É minha alma
Enraizada no solo fúnebre
Caminhando sem pressa
E as vezes tropeçando
Ou afogando-se em lágrimas...

CAROL SILVA.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Só" poema de Edgar Allan Poe

 

Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.

Edgar Allan Poe

domingo, 30 de setembro de 2012

Poema gótico da escritora Argentina "Aylenchuu Amayaa"

   
No! No debo encerrarme en mi dolor..
    No! ya no lo are.. dejare de sufrir
    por vos.. ya no debo.. demaciado he
    sufrido por este amor imposible.. ._.
    Y no.! no lo are no seguire finjiendo
    que nada ha pasado.. que todo fue una
    ilucion.. no soy la misma estupida de
    antes.. No! ahora he cambiado Y
    No! no te rogare no te dire.. Solo te
    Dejare.. Dejare que seas libre.. ya no estas
    preso en esta carcel de amor finjido..
    ese amor que los dos finjiamos sentir mas
    nunca lo sentimos.. mas nunca nos quisimos
    Adios.! es todo lo que puedo decir.. Ya no
    que da más nada que hacer con todo esto..
    Que seas feliz.. Lo unico que deceo..
    Yo tratare de Ser feliz.. no creo poder mas sabre
    que a vos jamas te olvidare.. Mas sabre
    que a vos siempre te amare..

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

The lonely slayer - For thou por Rommel Werneck


THE LONELY SLAYER

For thou (J.C.)

Ele estuprou inocentes escravos
Satisfazendo os hormônios, desejo...
E perfumou os mais flácidos cravos
Ao conceder mais um sólido beijo...

Ele matou os seus pobres escravos
Por vaïdade, vanglória, desejo...
Ele murchou os mais fúlgidos cravos
Por reclamarem um lânguido beijo...

Assassinou com sublime beleza
E sedução sem vergonha ou verdade
Todos: dos pobres até a nobreza!

E desconfio que tenha outro plano:
Aprimorar esta nossa amizade
De escravo e cravo; de amor soberano!...

ROMMEL WERNECK

sábado, 16 de junho de 2012

Gothorum Angeli

 Com os meu olhos carregados e úmidos
Trago no peito o amargo sentimento
Da desconfiança que encena minha dor
Como uma dança

Uma triste e íntima pajelança
Do escuro caminho que trilho
Assobio a canção sem estribilho
O desencanto de um sonho que evaporou

Semeando a tristeza que sobrou
Me levando aos prantos
Às lágrimas que denunciam
Meu estado de espírito

Musa dos Escombros
A quintessência plena da elegia
Dai-me forças para elevar
Minha fraqueza à graça da poesia

Anjos Góticos talhados na pedra
No mármore, na carne
Únicas testemunhas
de minha queda

Perdoem minha alma
Turva e rastejante
E este sentimento vil
E agonizante

Não sei se minto
Mas sei que sinto
que não serei
Mais o que sou

Neste crítico momento
do Mais
Profundo
Lamento
     Por Tiago Dotto(Goticus Eternus)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Lembrança de Morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
– Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade – é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas…
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai… de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos – e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei… que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores…
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo…
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos…
Deixai a lua pratear-me a lousa! 
                                                                
Alvares de Azevedo

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Vai Chover...

 Ontem eu vi um amigo meu
Abanei de longe mas ele não me reconheceu.
Será que eu mudei tanto assim?
Ou será que ele não estava mesmo a fim.
Procure apenas entender
Que quando a nuvem escura
Aparece lá no céu vai chover
Por esses dias eu andei me sentindo muito mal
Mas agora já passou,
É,eu já tô legal
E se você também não andou muito astral
Não se preocupe isso passa e tudo volta ao normal
Escute as palavras que eu digo
E tudo faz sentido
Numa noite que eu sei que vai chover
É vai chover de novo
E tudo faz sentido
Numa noite que eu sei que vai chover
Talvez leve algum tempo
Ou num breve momento
Quando o vento sopra pro meu lado
A lua é testemunha o destino está selado
Escute aspalavras que eu digo
E tudo faz sentido
Numa noite que eu sei quevai chover
É vai chover de novo
E tudo faz sentido
Numa noite que eu se que vai chover...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Elegia - Definição literaria

Na literatura, Elegia é uma poesia triste, melancólica ou complacente, especialmente composta como música para funeral, ou um lamento de morte. 

Definição
Na Literatura Grega antiga o termo "elegeia" (ἐλεγεία) originariamente referia-se a qualquer verso escrito em dístico elegíaco cobrindo uma vasta gama de assuntos, entre eles, os epitáfios para túmulos. A elegia na Literatura Latina foi mais erótico ou mitológico. Devido ao seu potencial estrutural para efeitos retóricos, o dístico elegíaco foi também utilizada pelos poetas gregos e romanos para assuntos espirituosos, engraçados e satíricos.
Modernamente, elegia é um poesia de tom terno e triste. Geralmente é uma lamentação pelo falecimento de um personagem público ou um ser querido. Vale ressaltar que na elegia também há digressões moralizantes destinadas a ajudar ouvintes ou leitores a suportar momentos difíceis. Por extensão, designa toda reflexão poética sobre a morte:
a elegia, assim como a Ode, tem extensões variadas. O que as difere é que a elegia trata de acontecimentos infelizes do próprio autor ou da sociedade.

História

Na antigüidade, a elegia era uma composição da poesia lírica monódica (ou seja, declamada pelo próprio poeta, geralmente, e acompanhada por um só instrumento musical - como a lira; ao contrário da lírica coral, apresentada por um coro, como ou sem acompanhamento musical), aparentada à épica pela sua forma. No entanto, o metro utilizado era o dístico elegíaco. Havia vários tipos de elegia, conforme seu conteúdo: elegia marcial ou guerreira, elegia amorosa e hedonista, elegia moral e filosófica, elegia gnômica...
Inicialmente definida pelo metro específico, chamado metro elegíaco, a elegia passou a designar um gênero poético que se caracterizou não pela forma, mas pelo assunto: a tristeza dos amores interrompidos pela infidelidade ou pela morte.
A elegia surgiu na Grécia antiga, com Calino de Éfeso (século VII a.C.), Tirteu e Mimnermo. Seus poemas eram cantos guerreiros que incitavam à luta. Calímaco, importante poeta alexandrino do século III a.C., foi um dos primeiros a escrever elegias no sentido do moderno termo, ou seja, como poemas líricos e tristes. Sua elegia Os cabelos de Berenice, da qual só restaram fragmentos, constituiu o primeiro modelo do gênero.
Entre os romanos, o primeiro grande poeta elegíaco foi Tibulo. Seus três livros sentimentais, muito lidos durante a Idade Média, influenciaram fortemente os poetas da Renascença. Foram preferidos às elegias de Propércio, que inauguraram um subgênero, com poemas ardentemente eróticos. O mais importante dos elegíacos romanos foi Ovídio: os Poemas tristes e as Cartas do Ponto, que lamentavam seu exílio, se aproximam bastante das elegias modernas.
No século XVI, a elegia transformou-se num dos gêneros poéticos mais cultivados, embora ainda pouco definido. Em Portugal, o primeiro escritor de elegias foi Sá de Miranda, mas Camões foi o principal: da edição de 1595 de suas obras completas, constam quatro elegias, tidas pelas melhores em língua portuguesa. Na França da Renascença, destacou-se no gênero Pierre de Rosnard.
Na poesia inglesa, a elegia apareceu com Astrophel, lamento fúnebre de Edmund Spenser. Durante quase três séculos produziram-se, dentro desse modelo, alguns dos maiores poemas da literatura inglesa, como Lycidas, de Milton (1638), Adonais, de Shelley (1821), sobre a morte de Keats, e muitas outras. Contudo a mais famosa elegia da língua inglesa foi Elegy Written in a Country Church Yard (1751; Elegia escrita num cemitério da aldeia), de Thomas Gray, meditação sobre a morte de gente humilde e anônima e uma das obras capitais do pré-romantismo europeu.
Em outras literaturas, a elegia assumiu características [[pagãs], como as belas e eróticas Römische Elegien (1797; Elegias romanas), de Goethe, obra prima da literatura alemã. No século XX, a obra mais importante do gênero foi sem dúvida Duineser Elegien (1923; Elegias de Duino), do poeta alemão Rainer Maria Rilke. No Brasil, o mais importante autor de elegias foi Fagundes Varela, no século XIX. Destacam-se ainda Cristiano Martins, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles (em Solombra) e Dantas Mota, no século XX.1

sábado, 26 de novembro de 2011

Wish You Were Here_Queria Que Você Estivesse Aqui

Então,
Então você acha que consegue distinguir
O paraíso do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir um campo verde
de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?

Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Um papel de coadjuvante na guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Relato a Gotike Solitude


 Contemplo o infinito olhando a escuridão
E não me lembro de ao certo a minha última oração.
Passando a noite em claro vou ouvindo silencioso, ou gritante som...
Aos poucos redigindo esta carta à solidão.
O perfume me impregna. É o veneno do teu corpo.
O erro no passado. O futuro como um jogo.
E todo o meu caminho é um mundo destroçado.
Buscando ir em frente aprisionado ao passado.

Sentindo uma dor intensa e silenciosa.
É como se eu injetasse em minha veia a pior droga.
Assim vou mapeando o meu inferno em distração.
Converso com o diabo ao esquecer a salvação.
Não posso olhar pro céu pelo meu crime e meu pecado
Caio em pé no mundo  sem virtude
Que me faça seguir meliante, nunca desonesto em meu protesto.
Sem aplausos, ou vitorias, e serão tudo as “vitorias”?
Vivendo de um modo que eu considero errado
Assim errante eu sigo como um louco apaixonado
Que talvez veja na morte o que liberta seu estado.

É bela a poesia quando fala de amor
Mas nada é tão intenso quando o vício e dor
Olhe o mundo a nossa volta e me diga o que está certo?
Tá cheio de pessoas e de coisas que detesto
E vejo as mulheres que eu já me apaixonei
Na minha ingenuidade, à prostitutas me entreguei
E hoje não importo tanto se eu vivo sem amor
Porque prefiro o frio e a beleza de uma flor
Que jaz sem luz e brilho, sem perfume e sem vida
Com as pétalas secas que hoje e por nada a redima
Enquanto isto em suas faces a felicidade mora
Tal como a hipocrisia a realidade ignora.
E de fato desta história talvez eu seja mais feliz
Não minto pra mim mesmo, finjo curar a cicatriz
E quando a bela morte vier me seduzir
Eu vou agradecer por ela me tirar daqui…

Tiago Dotto(Goticus Eternus)