A italiana Lacuna Coil mostra-se muito bem firme no primeiro
escalão de bandas de metal que sustentam bom respaldo no mainstream. Com uma
carreira consolidada na Europa e na América do Norte, o conjunto acaba de
disponibilizar “Broken Crown Halo” sucessor do ótimo “Dark Adrenaline” de 2012.
Além das próprias conquistas, o Lacuna Coil representa a força do metal
feminino, devido ao carisma, beleza e talento de sua frontwoman, Cristina
Scabbia.
O álbum foi gravado em Milão (Itália), berço do conjunto, em
parceria com o produtor norte-americano Jay Baumgardner (Papa Roach,
Evanescence). A pergunta que vem a mente é se, “Broken Crown Halo” é superior a
“Dark Adrenaline”; algo muito difícil de responder, ao menos de início. O
tracklist abre com “Nothing Stands in Our Way” previamente divulgada, onde a
sonoridade de guitarras eclode bem, e Andrea Ferro, o vocal masculino, surge
rugindo. Uma faixa típica do Lacuna Coil, sobretudo quando Scabbia explora o
refrão. A banda tenta soar adiante, mas sem se desvincular de seu passado. Os
arranjos de teclado remetem a momentos de “Comalies” e “Karmacode”, por
exemplo.
O peso das guitarras ressôa na tensa “Zombies”, com maior
presença da voz de Andrea Ferro. Arranjos hipnóticos dos sintetizadores iniciam
a cadenciada “Hostage to Light”, mostrando linhas vocais conduzidas apenas por
Cristina Scabbia. O ritmo mais lento segue na marcada “Victims”, seguida da
agressiva “Die & Rise” sustentada por uma timbragem pesada das guitarras.
“I Forgive (But I Won’t Forget Your Name)”, busca uma linha acessível de
composição, com ótimas linhas vocais exploradas por Cristina Scabbia.
“Cybersleep” vem logo depois, também cadenciada e um pouco
mais próxima da melancolia gótica, que também marca o projeto sonoro da banda.
Seguem-se “Infection” e depois os ótimos arranjos de “I Burn in You”. Alguma
intensidade retorna em “In The End I Feel Alive” e o desfecho se dá na
atmosférica “One Cold Day”. Nota-se também a ausência de um cover, algo que o
Lacuna Coil faz de forma interessante, como já ouvimos em “Enjoy The Silence”
(original do Depeche Mode) ou “Losing My Religion” (do REM).
Comparado a “Dark Adrenaline”, “Broken Crown
Halo” traz composições mais retas e uma entonação mais direta. As faixas mais
“dançantes” praticamente inexistem. Agradará aos fãs, mas não demonstra um
tracklist equilibrado, onde faixas agressivas conviviam com momentos
melodiosos, tal qual “End of Time” ou dançantes como “Give Me Something More”.
“Broken Crown Halo” é o último registro contando com Cristiano Migliore
(guitarra) e Cristiano Mozzati (bateria) que saíram amigavelmente do conjunto e
estão sendo substituídos por músicos contratados, na tour de divulgação.