quinta-feira, 25 de novembro de 2010

The Raven (O corvo ) Poema de Allan Poe



Escrito em 1845, este poema é absolutamente fantástico, experimentem ler a versão original em voz alta e compreenderão…
The Raven
Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As some one gently rapping at my chamber door.
‘ ’Tis some visitor, ’I muttered, ‘tapping at my chamber door—
Only this, and nothing more.’
Ah, distinctly I remember it was in the Bleak December,
And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; —vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow—sorrow for the lost Lenore—
For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore—
Nameless here for evermore
And the silken sad uncertain rustling of each purple curtain
Thrilled me—filled me with fantastic terrors never felt before;
So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating,
‘ ’Tis some visitor entreating entrance at my chamber door—
Some later visitor entreating entrance at my chamber door;—
This it is, and nothing more.’
Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer,
‘Sir’, said I, ‘or Madam, truly your forgiveness I implore;
But the fact is I was napping, and so gently you came rapping,
And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,
That I scarce was sure I heard you’,—here I opened wide the door;—
Darkness there, and nothing more.
Deep into that darkness peering, long I stood there wondering, fearing,
Doubting, dreaming dreams no mortals ever dared to dream before;
But the silence was unbroken, and the stillness gave no token,
And the only word there spoken was the whispered word, ‘Lenore!’,
This I whispered, and an echo murmured back the word, ‘Lenore!’—
Merely this, and nothing more.
Back into the chamber turning, all my soul within me burning,
Soon again I heard a tapping somewhat louder than before.
‘Surely,’ said I, ‘surely that is something at my window lattice:
Let me see, then, what thereat is, and this mystery explore—
Let my heart be still a moment and this mystery explore;—
’Tis the wind and nothing more.’
Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately raven of the saintly days of yore;
Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;
But, with mien of lord or lady, perched above my chamber door—
Perched upon a bust of Pallas just above my chamber door—
Perched, and sat, and nothing more.
Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore.
‘Though thy crest be shorn and shaven, thou,’ I said,
[‘art sure no craven,]
Ghastly grim and ancient raven wandering from the Nightly shore—
Tell me what thy lordly name is on the Night’s Plutonian Shore!’
Quoth the Raven, ‘Nevermore’.
Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,
Though its answer little meaning—little re relevancy bore;
For we cannot help agreeing that no living human being
Ever yet was blest with seeing bird above his chamber door—
Bird or beast upon the sculptured bust above his chamber door,
With such name as ‘Nevermore’.
But the raven, sitting lonely on the placid bust, spoke only
That one word, as if his soul in that one word he did outpour.
Nothing further then he uttered—not a feather then he fluttered—
Till I scarcely more than muttered, ‘other friends have flown before—
On the morrow he will leave me, as my hopes have flown before.’
Then the bird said, ‘Nevermore’.
Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken,
‘Doubtless’, said, ‘what it utters is its only stock and store,
Caught from some unhappy master whom unmerciful Disaster
Followed fast and followed faster till his songs one burden bore—
Till the dirges of his Hope that melancholy burden bore
Of ‘‘Never-nevermore’’.’
But the Raven still beguiling all my fancy into smiling,
Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird, and bust and door;
Then upon the velvet sinking, I betook myself to linking
Fancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore—
What this grim, ungainly, ghastly, gaunt and ominous bird of yore
Meant in croaking ‘Nevermore’.
This I sat engaged in guessing, but no syllable expressing
To the fowl whose fiery eyes now burned into my bosom’s core;
This and more I sat divining, with my head at ease reclining
On the cushion’s velvet lining that the lamplight gloated o’er,
But whose velvet violet lining with the lamplight gloating o’er,
She shall press, ah, nevermore!
Then me thought the air grew denser, perfumed from an unseen censer
Swung by Seraphim whose footfalls tinkled on the tufted floor.
‘Wretch’, I cried, ‘thy God hath lent thee—
Respite—respite and nepenthe, from thy memories of Lenore!
Quaff, oh quaff this kind nepenthe and forget this lost Lenore!’
Quoth the Raven, ‘Nevermore’.
‘Prophet!’ said I, ‘thing of evil!—prophet still, if bird or devil!—
Whether Tempter sent,or whether tempest tossed thee here ashore,
Desolate yet allundaunted, on this desert land enchanted—
On this home by horrorhaunted—tell me truly, I implore—
Is there—is there balm in Gilead?—tell me—tell me, I implore’
Quoth the Raven, ‘Nevermore’.
‘Prophet!’ said I, ‘thing of evil!—prophet still, if bird or devil!—
By that Heaven that bends above us—by that God we both adore—
Tell this soul with sorrow laden if, within the distant Aidenn,
It shall clasp a sainted maiden whom the angels name Lenore—
Clasp a rare and radiant maiden whom the angels name Lenore.’
Quoth the Raven, ‘Nevermore’.
‘Be that word our sign in parting, bird or fiend,’, I shrieked, upstarting—
‘Get thee back into the tempest and the Night’s Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul hath spoken!
Leave my loneliness unbroken!—quit the bust above my door!
Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!’
Quoth the Raven, ‘Nevermore’.
And the Raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all seeming of a demon’s that is dreaming,
And the lamp lighto’er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted—nevermore!

O CORVO (Tradução)
 
Numa meia-noite cava, quando, exausto, eu meditava
Nuns estranhos, velhos livros de doutrinas ancestrais
E já quase adormecia, percebi que alguém batia
Num soar que mal se ouvia leve e lento, em meus portais.
Disse a mim: "É um visitante que ora bate em meus portais´-
        É só isto, e nada mais."
Ah! Tão claro que eu me lembro! Era um frio e atroz dezembro
E as chamas no chão, morrendo, davam sombras fantasmais,
E eu sonhava logo o alvor e pra acabar com a minha dor
Lia em vão, lembrando o amor desta de dons angelicais
A qual chamam Leonora as legiões angelicais,
        Mas que aqui não chamam mais.
E um sussurro triste e langue nas cortinas cor de sangue
Assustou-me com tremores nunca vistos tão reais,
E ao meu peito que batia eu mesmo em pé me repetia:
"É somente, em noite fria, um visitante aos meus portais
Que, tardio, pede entrada assim batendo aos meus portais.
        É só isto, e nada mais.
Neste instante a minha alma fez-se forte e ganhou calma
E "Senhor" disse, ou "Senhora, perdoai se me aguardais,
Que eu já ia adormecendo quando viestes cá batendo,
Tão de leve assim fazendo, assim fazendo em meus portais
Que eu pensei que não ouvira" - e abri bem largo os meus portais: -
        Treva intensa, e nada mais.
Longamente a noite olhei e estarrecido me encontrei,
E assustado, tive sonhos que ninguém sonhou iguais,
Mas total era o deserto e ser nenhum havia perto
Quando um nome, único e certo, sussurrei entre meus ais -
- "Leonora" - esta palavra - e o eco a repôs entre meus ais.
        E isto é tudo, e nada mais.
Para o quarto então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Logo ouvi mais uma vez alguém batendo em tons iguais.
- "Certamente este ruído da janela é que é partido.
Nela irei, e esclarecido então serei destes sinais.
Sorverá o meu coração o desvendar destes sinais. -
        Isto é o vento, e nada mais."
A janela abriu então, quando, em estranha vibração,
Um altivo Corvo entrou como os dos tempos ancestrais.
Não me fez um cumprimento, não se deteve um momento,
Mas com ar de nobre acento pousou sobre meus umbrais,
Pousou num busto de Palas que há por sobre os meus umbrais.
        Pousou mudo, e nada mais.
E este pássaro noturno fez-se menos taciturno
Com o modo rijo e sério dos seus gestos glaciais.
"Não trazendo embora crista", disse eu, "ninguém avista
Covardia em tua pista, egresso de orlas infernais.
Qual é lá teu nome, lá nas orlas infernais?"
        Disse o Corvo: "Nunca mais."
E eu fiquei maravilhado vendo a ave ter falado
Tão correto, embora o senso fosse falho em frases tais;
Mas que todos digam sim a que jamais antes de mim
Viu um homem ave assim entronizada em seus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais
        Se chamando "Nunca mais."
Mas o Corvo empoleirado nada disse além, velado,
Como se coubesse inteiro  nestas sílabas fatais.
Nem um gesto então vibrou e pena alguma se agitou,
Minha boca murmurou: - "Por amanhã também te vais,
Como os sonhos e os amigos voaram antes, tu te vais."
        Disse o Corvo: "Nunca mais".
Pasmo a ouvir esta resposta no silêncio tão bem posta
Disse:- "Ao certo ele só sabe esta expressão de funerais.
Deve tê-la ouvido um dia de seu dono que sofria
Com a Desgraça que o seguia e na Miséria onde seus ais
Foram ruindo e enfim compondo um estribilho feito em ais
        Que é este "Nunca, nunca mais."
Mas o Corvo novamente fez-me à dor sorrir contente
E sentei-me em frente a ele, olhando o busto em meus umbrais,
E enterrado no veludo somei sonhos quieto e mudo
Pra entender, ligando tudo, o que dos dias ancestrais
Quis tal magra e agra ave negra desses dias ancestrais
        Ao grasnar-me "Nunca mais."
Por ali fiquei pensando, mas nem sílaba falando
Aos seus olhos me queimando como chamas infernais
E afundei-me discorrendo, com a cabeça me pendendo,
Na almofada aonde ia erguendo a luz  cruéis sombras triunfais,
No veludo onde ela à luz que me olha em sombras triunfais
        Não se deita, nunca mais!
Fez-se então o ar mais denso, como cheio de um incenso
Que espalhassem alvos anjos dando passos musicais.
"Infeliz! Por teu lamento, Deus te deu o esquecimento."
Disse a mim em pensamento. "Olvida a causa dos teus ais!
Deita logo este nepente em Leonora e nos teus ais!"
        Disse o Corvo: "Nunca mais."
"Profeta!", eu disse "Ente mau! - Profeta em ave e obra infernal! -
Que o Demônio ou a tormenta aqui lançou nos meus umbrais,
Nesta casa e este deserto, nesta terra, ainda desperto,
Neste encanto escuro e incerto! Dize a mim, pelos meus ais!
Há um bálsamo em Galaad? Responde a mim, pelos meus ais!"
        Disse o Corvo: "Nunca mais."
"Profeta!", eu disse "Ente mau! - Profeta em ave e obra infernal! -
Pelo Deus que é de nós dois e dorme em sombras eternais
Dize a esta alma atormentada se no Éden que há além do nada
Há de achar a antiga amada que hoje em sons celestiais
Anjos chamam Leonora, em meio a sons celestiais."
        Disse o Corvo: "Nunca mais."
-"Que a esta voz voltes aos ares, ave ou diabo - vai! Não pares!
Volta até!" eu gritei de pé, "tuas turvas orlas infernais!
Não me fique pena alguma a te lembrar! Também se suma!
A mentira que te esfuma não me reste em meus umbrais!
Tira o bico do meu peito e a forma atroz dos meus umbrais!"
        Disse o Corvo: "Nunca mais!"
E o Corvo que não voará, lá ainda está lá ainda está
No busto branco de Palas, em meu quarto, aos seus portais;
E os seus olhos vão lembrando os de um demônio então sonhando,
E minha alma desta sombra, que se alonga em meus umbrais,
        Não há de erguer-se - nunca mais!
 
 Edgar Allan Poe
                                                             (Tradução de Alexei Bueno)

2 comentários:

  1. Não importa o que dizem eu gosto e aguardo o filme
    Beijo Gury

    ResponderExcluir
  2. Poema forte esse hein?!
    Essa magia sobrenatural é sinistra...rs!
    A vida tem dois sentidos...resta vivê-los!!!
    Se cuida menino!!!
    Beijão

    ResponderExcluir