sábado, 30 de maio de 2009

Anjo Negro



Sinto ela se aproximar novamente
Lenta, às vezes, outrora tão rápida como um vendaval
Não a previsão em sua chegada
Não sinto seus passos, nem seu som, nem seu toque
Quando dou por mim, já a tenho cravado em meu peito

Quisera eu ter controle sobre ela
Minha constante cruel solidão em meu ser
Luta para tirá-la de mim
Mesmo sabendo que esta é a cura para tal exilado interior
resisti em temer o doce aroma da paixão

Distante esta, mas tão perto esta tua morada
Reluzente aconchego cobre minha prisão desvairada
A espera de tua chegada anunciada
Cabe a meu triste ser a espera

Será tu doce anjo de azas negras
Obscura mas tão esplendorosa como a mais clara das fadas
A banir a dor relevante que massacra meu querer
Se fores para ser siga assim anjo negro
Com seus passos, seu som, e seu toque
Venha ser vendaval na minha torturante solidão
Venha ser paixão...
             
                    De Tiago Dotto (Goticus Eternus)

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