sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Arquitetura GÓTICA


Legenda:  
 A - nave central
B - nave lateral
C - pilar
D- arco quebrado
E - aboba de ogivas
F - fecho da abóbada
G - contra forte
H – arcobotante
I - vitral

Na arquitectura, a arte gótica caracterizou-se por :

1.  Verticalidade (a catedral de Amiens, par exemplo, mede 145 metros, sensivelmente o mesmo que a pirâmide de Quéops).

2.  Luz (filtrada pelos vitrais deslumbrantes).

3.  Arco quebrado ou arco gótico (substitui o arco de volta inteira do estilo românico e confere ao edifício a sensação de elevação).

4.  Abóbada de cruzamento de ogivas (o cruzamento de arcos diagonais de suporte - as ogivas - permite descarregar o peso não sobre as paredes, como acontecia no estilo românico, mas sobre os pilares, possibilitando a construção de paredes mais finas e pre­enchidas por vitrais, sem afectar a segurança do edifício. Ao estilo gótico também se chama, par isso, arquitectura ogival).

5.  Arcobotante (elemento arquitectónico de apoio e reforço das paredes, composto pelo estribo e pelos arcos e par vezes encimado pelo pináculo).

Na escultura, as principais características da arte gótica são:
1.  Ligação à arquitectura (nomeadamente, nas fachadas das catedrais).
  
2.  Naturalismo idealizado (rostos serenos, vestes detalhadas).

3.  Gargulas (esculturas de diabos, monstros ou animais que adornam o exterior da catedral).
4.  Valor doutrinal (as esculturas contavam ao povo analfabeto da Idade Média a vida de Cristo e dos santos, enquanto as gargulas alertavam para a possibilidade de condenação do pecador).
 0 estilo gótico,  afirmação do mundo urbano
O surto urbano dos séculos XI a XIII reflectiu-se, em termos artisticos, na construção de edifi­cios novos, imponentes, de cariz religioso: as catedrais.
A primeira igreja gótica nasceu da ampliação da abadia de Saint-Denis, pelo abade Suger, em Paris, em 1137. Parém, rapidamente o novo estllo ultrapassou os limites da comunidade monástica, tornando-se o simbolo da afirmação do clero urbano.
Par trás da arte gótica encontramos, igualmente, uma élite social urbana - a burguesia - empe­nhada na demonstração do seu poder financeiro, nem que para isso tivesse de competir com as elites das cidades vizinhas, rivalizando na construção de catedrais cada vez mais altas e exube­rantes (foi o caso da competição entre os burgueses de Beauvais e de Amiens, no século XIII).
Se o estilo gótico é fruto da afirmação do mundo urbano, então não nos deve surpreender a disparidade cronológica entre 0 gotico francês e o português: enquanto na França o século XII já é pródigo em construções do estilo gótico (por exemplo, a catedral de Chartres), em Portu­gal, acompanhando o surto urbano mais tardio, o Gótico desenvolve-se a partir do século XIII, tendo como principais exemplos a igreja do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça (com os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro), o claustro da Sé Velha de Coimbra e a igreja do Mos­teiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha. ( 1 séc. de dif.)
CONCLUINDO :
 Caracterizar a época medieval
A época medieval é um período muito extenso da vida da humanidade (cerca de 1000 anos) que se convencionou balizar entre as datas 476 (queda do Império Romano do Ocidente) e 1453 (queda do Império Romano do Oriente). Naturalmente, um período tão alargado no tempo corresponde a muitas transformações ao nível do tempo curto (dos eventos ou acontecimentos) e do tempo médio (das conjunturas). No entanto, é possivel destacar algumas características perenes, isto é, duradouras, que se mantiveram praticamente inalteradas ao Iongo de todo esse período: estamos a falar das estruturas correspondentes ao tempo longo. Assim, na Euro­pa Ocidental, podemos destacar as seguintes:

1.  Estrutura economica - era centrada, essencialmente na agricultura, sector pouco desen­volvido porque estava dependente dos factores climáticos e da mão-de-obra. É de salien­tar, no entanto, o crescimento agrícola registado a partir do século XI, possibilitado por um conjunto de inovações na forma tradicional de cultivo. A acompanhar o progresso agrícola, assinala-se o progresso comercial, através da criação de uma rede de rotas comerciais dominada pela Flandres/Champagne, pela Liga Hanseática e pelas cidades italianas.

2.  Estrutura demográfica - uma elevada taxa de mortalidade, sobretudo infantil, impedia que a população aumentasse significativamente, apesar da também elevada natalidade. Uma vez que a evolução da população era consequência directa do sistema económico, os progressos na agricultura e no comércio dos séculos XI a XIII constituíram um factor importante para o crescimento demográfico e para o surto urbano desses séculos. Noutras épocas, nomeadamente no século XIV, a fraca produtividade agrícola (fomes) aliava-se às doenças (pestes) e aos conflitos políticos (guerras) para produzir um recuo demografico. Século XIV = crises
3.  Estrutura social - era assente em estratos ou ordens - clero, nobreza e Terceiro Estado ­categorias sociais rigidamente separadas consoante os seus deveres e privilégios. Dentro do Terceiro Estado deve ser destacada a singularidade da burguesia, grupo em ascensão no século XIII devido ao enriquecimento pelo comércio e à ascensão a cargos de chefia na administração dos burgos.
4.  Estrutura política - depois de um período muito conturbado politicamente, devido às invasões de diversos povos no espaço do antigo Império Romano, a Europa cristalizou-se politicamente em reinos, senhorios e comunas, sobressaindo, no centro da Europa, 0 Sacro Império Romano-Germânico como tentativa de unificação europeia. Nos campos, a pala­vra-chave é dependência: relações de dependência entre senhores nobres, por um lado, e entre estes e os membros do povo, por outro. 0 rei, neste contexto, fez esforços, sobretudo a partir do século XIII, para impor o seu estatuto de Iíder. Servia-se, muitas vezes, do apoio da elite citadina para obter a centralizaçao do seu poder.
Alguns exemplos de monumentos góticos :
obs: Clicando na imagem ela será redimensionada para um tamanho de melhor visualização
1-chartes- uma das primeiras catedrais góticas da frança
2-a catedral de Colonia- Uma obra prima da arquitertura gótica
3-abadia de Westminster
4-caterdal de Burgos- Construinda entre o XIII e XV
5-Catedral de Lincoln-Lincolnshire, Ingalterra
6- Caterdal de Milo
7-catedram Dioscesana Santo Antônio- Frederico Fesfhalen-Rs,Basil
8-Fachada oeste da Catedral de Reims,França
9- Catedral de Salisburg
10- Sagrada Familia,Esp

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Heartagram (simbologia part . 3)


O Heartagram é a mistura de um coração com um pentagrama invertido (Baphomet). O significado desse símbolo é a vida e a morte, o amor e o ódio, uma "forma extrema e intensa" que é o tema da maioria das músicas da banda, além de ser seu símbolo principal.
O Heartagram é a marca registrada do HIM, criado por Ville Valo no dia de seu 20° aniversário. Valo disse que "o Heartagram representa o HIM, como banda, como uma entidade e o 'love metal' em geral". Muitos fãs da banda tem tatuagens do Heartagram, ou tatuagens de outros emblemas do HIM - como o coração no pulso direito de Ville entre outros. Ville Valo permitiu que "seu amigo próximo", Bam Margera (skatista profissional, ator e estrela de Jackass, que por sinal tem várias tatuagens semelhantes às do Ville) compartilhasse a licença da imagem do Heartagram que Margera tem usado para fins promocionais, incluindo seus tênis Adio e skates Element. Por causa da licença compartilhada, as pessoas confundem facilmente, achando que o símbolo pertence apenas a Bam.

Arte Gótica



No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana.
No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.

ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os  séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.

ESCULTURA
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja..
 
ILUMINURA
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto..
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.
 
PINTURA
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento (Duocento):
* Giotto  - a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e  Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
* Jan Van Eyck  -  procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar  os detalhes e as paisagens.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Do amor a solidão

 


Viajo na estrada da noite, estrada que não finda
Será mesmo não ter fim, tamanho caminho.
Minha inquietude me diz que não será possível
Algo não ter fim.

Meu respiro lança uma resposta chamada eterna.
Meu reluto diz ser eterno o amor, a paixão, a solidão.
Olhe no espelho, diz meu coração.

Como chamas de eterno o amor, se ao mesmo
Clama a solidão...
Respondo-lhe sem esmeros, meu companheiro vivido.

Lembra a estrada que a pouco mencionei
Pois ela é minha vida
Não te lembra ò pequeno companheiro.

Caminhaste juntamente comigo
Tu foste minha inquietude, meu respiro,
Meu amor, minha paixão, minha solidão...

De Tiago Dotto (Goticus Eternus)

terça-feira, 27 de abril de 2010

O espírito romântico do século XXI


Introdução

Na ausência de uma classificação mais precisa, foi denominada Cultura Obscura, o conjunto de elementos que caracterizam o grupo de indivíduos que surgiu nas metrópoles brasileiras, em meados da década de 90 e está se consolidando nestes primeiros anos do século XXI. Suas principais características, tanto comportamentais quanto artísticas, podem ser associadas ao movimento Romântico europeu do século XVIII, mas ainda assim, ficou sendo considerada por muitos, uma ramificação da subcultura gótica/darkwave. Não é possível determinar um ponto de partida específico para o surgimento da cultura obscura. Porém, por cultivarem algumas referências artísticas comuns, é provável que seja um subproduto, mas não uma evolução, da subcultura gótica. Neste caso, a cultura obscura une e intensifica os elementos românticos encontrados na subcultura gótica, consolidando-se como uma manifestação distante de sua possível origem. Apesar do termo gótico estar relacionado à subcultura gótica/darkwave, também é amplamente usado para classificar os adeptos da cultura obscura. Neste caso, o termo gótico é utilizado em sentido parecido ao do termo Literatura Gótica, ou seja, como sinônimo de obscuro ou medieval, sendo estas, características muito presentes na cultura obscura. Ainda, o termo Goticismo (do inglês Gothicism), que originalmente refere-se apenas à Literatura Gótica, também é utilizado, de forma equivocada, como uma "variação" da expressão cultura obscura. Apenas nesta situação, goticismo abrange o comportamento, arte e "filosofia" da cultura obscura. A expressão "nascer gótico" (gótico neste caso relativo à cultura obscura) é comumente usada entre os adeptos da cultura obscura e interpretada de forma equivocada por outros. Obviamente, não é possível compreender esta expressão em sua forma literal. Isto porque não é possível "nascer já sendo alguma coisa"; ou seja, ninguém nasce com uma doutrina, ideologia, ou religião pré-estabelecidas, por exemplo. Neste caso, a expressão "nascer gótico" significa que, ao longo da vida, de forma indireta e natural, uma pessoa cultivou em sua própria personalidade, valores que se identificaram e se associaram às principais características da cultura obscura. Portanto, não houve uma mudança repentina e intencional para "virar gótico". Neste caso, o que ocorre, é um processo natural de conhecimento e identificação.

Características Gerais

Apesar de ser considerada por muitos, uma tribo urbana, a cultura obscura não



se caracteriza necessariamente pela coletividade, mas principalmente pela individualidade. Uma vez que se aborda personalidades e comportamentos que tendem a encontrar expressões artísticas comuns. Desse modo, não há um conjunto específico de influências, regras ou doutrinas pré-estabelecidas. Porém, alguns pontos podem sugerir um "contramovimento social". Por exemplo, há na sociedade, de um modo geral, uma busca intensa pelo mercantilismo, a indução selvagem ao status e a exploração da arte pelo consumismo. A cultura obscura contraria essas tendências, contrapõe-se aos rótulos e modismos, choca-se com ideais consolidados e valoriza, sobretudo, a arte e a expressão individual. Para que algumas de suas principais características tornem-se mais nítidas, pode-se associá-las ao Romantismo Literário. Não apenas no aspecto artístico, mas principalmente, na questão comportamental. É este romantismo, reacionário ao iluminismo e ponto de partida da subcultura gótica, responsável pelas bases obscuras desta cultura. A superestimação do ego e, conseqüentemente, dos próprios sentimentos que, exteriorizados, formam uma realidade idealizada do mundo. A evasão, que consiste numa fuga psicológica da realidade, é responsável pela supervalorização do passado, seja individual ou histórico, como no saudosismo. Assim, percebe-se com nitidez a intersecção entre Romantismo e Cultura Obscura. Entre seus adeptos, podemos encontrar um constante interesse pela cultura, valorização e contemplação de diversas manifestações artísticas; perspectiva poética e subjetiva sobre a própria existência; visão positiva sobre solidão; melancolia e tristeza; introspecção e medievalismo; etc. A soma destas características compõe uma cultura de atmosfera sombria, romântica e poética. Mas, geralmente, é vista pela sociedade, de forma preconceituosa, como uma manifestação depressiva e negativa. A Literatura, além de ser uma das manifestações artísticas mais consumidas e produzidas na cultura obscura, fornece uma definição estética e ideológica bem próxima dos elementos que a compõem. Compor um poema, por exemplo, é uma forma de penetrar no próprio âmago, conhecer a si próprio, confrontar os temores e revelar os mais profundos sentimentos. Mais uma vez, o romantismo faz-se presente; especialmente o ultraromantismo ou "mal-do-século". Não apenas por suas obras, mas principalmente por suas características: subjetivismo, saudosismo, predileção pelo noturno e pelo sobrenatural, por exemplo. Obras de autores como Allan Poe, Lord Byron, Lovecraft e Álvares de Azevedo são amplamente absorvidas. A música pode ser classificada como o principal veículo de divulgação no que se refere à Cultura Obscura. Mas, como em outras expressões, não é possível traçar uma linha nítida relacionada à estilos ou artistas específicos. As bandas que surgiram no início da década de 80, no período conhecido como pós-punk, e atualmente são classificadas genericamente de góticas, também são apreciadas; como o Joy Division, por exemplo. O Gothic Metal, nome dado genericamente ao estilo que combina Metal e Neoclássico, traz em letras e arranjos uma boa parte dos temas abordados: alusão à obras literárias e mitologia, citações em latim e arcaísmos, entre outros elementos. Porém, a cultura obscura ainda abriga outros estilos e referências musicais. Por exemplo, música medieval e renascentista, e compositores clássicos e neoclássicos. Ainda, estilos mais suaves como New Age, Dark Atmospheric (ou Dark



Ambient) e Ethereal. Na cultura obscura não há uma religião ou doutrina espiritual a ser seguida. Mas há um grande interesse por religiões do período pré-cristão, por diversas correntes e doutrinas esotéricas e pela própria espiritualidade. Este interesse é, sem dúvidas, fruto de um desejo de autoconhecimento e de elevação espiritual próprios de seus adeptos. Nas plásticas e na estética, as emoções são figuradas e personificadas. Anjos e demônios convivem como nas ilustrações de William Blake, o terror pode ser encontrado em Nosferatu, do expressionismo alemão. Vê-se ironia e macabrismo no cinema de Tim Burton. Assim como sombras urbanas emergem na lendária Gotham City. Castelos e catedrais, gárgulas e quimeras coexistem na Arte Digital. Definições e exemplos tão distantes que se tornam próximos e coerentes a olhos intensos e românticos. A combinação de certos elementos compõe uma obra, um ambiente ou uma paisagem, impregnada de lirismo obscuro, como na melancolia decadente de um cemitério ou na grandeza de uma catedral. Diversas expressões artísticas de culturas e épocas distintas encontram-se na cultura obscura: do romantismo ao modernismo; da prosa à poesia; do sacro ao profano... Uma cultura que não necessita de regras, apenas de identidade; que não pode ser sintetizada em algumas palavras; mas que é ampla e democrática para abrigar elementos tão distantes e incluí-los sob uma mesma perspectiva.




domingo, 25 de abril de 2010

 
(Espaço dedicado a poetisa da noite LUA)

Magia da noite

O crepúsculo se anuncia
Noite nebulosa
Nuvens entrelaçam-se, fabulosas

A Lua ilumina
Recebida pelas nuvens vestidas de algodão
Que a roçam e carinho lhe dão

O silêncio
Mais adiante é quebrado
Dissolvendo-se no ar e pelo brado

Que bela melodia
Eco de arranjos góticos
Poesia e sentimentos nada lógicos

É o chamado do Lago
Para a Lua
Numa noite que começa a ficar nua

A Lua desliza pelo horizonte
Como que rasgando-o, talvez timidez
Ou até mesmo insegurança e rigidez

Estática, evita tocar o Lago
Pois sabe que tem uma superfície gélida demais
Podendo chocar o belo Lago de águas termais

A Lua ilumina o Lago por instantes infinitos
O lago reflete a face feminina majestosa
Deixando a Lua por demais vaidosa

Porém a face negra lunar
Não consegue conter no tempo
Uma lágrima que passeia por todo o seu corpo

Cai no corpo d´agua
Unindo-se aos fluídos de desilusão do Lago
Nasce então uma frondosa Ninfa azul-índigo

Que levita em seu balé sobre água
Toda sensualidade
Que àquele momento inspira por fatalidade

Testemunha
A pura magia da noite, e se esconde
Ao ver o grande Sol vindo por trás do monte.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Lago da Meia-Noite



Durante o dia ninguém percebe
Passa rápido como uma lebre
Mas sei que existe naquele lugar
Um canto no qual eu possa descansar
Mas durante a noite, quando todos dormem
Quando a Lua amanhece
Esse lago acorda e canta
E me encanta
Os peixes pulam
As libélulas e fadas chegam
Seu pó encantado
Me deixa voar
O reflexo da Lua brilha tanto no Lago
Que dá vontade de virar um mago
E transformar todo o mundo
Em um rio muito profundo
Dá vontade de nadar com as sereias
Voar com as fadas
Ir até o topo das árvores
E agraciar as estrelas
Como seria bom se esta Lua brilhasse
Como seria bom se este Lago existisse
Como seria bom se fadas e sereias cantassem
Como seria bom ouvir um Lago encantar pessoas
Mas sei que no meu coração
Tudo isso permanece
E nunca abrirei mão
Daqueles que nunca me esquecem

SHADOWSIDE



A banda brasileira SHADOWSIDE acaba de lançar o videoclipe de “Hideaway”, música que faz parte do álbum “Dare to Dream”, segundo registro fonográfico do grupo. Este disco, que contou com profissionais de renome como Dave Schiffman (SYSTEM OF A DOWN, AUDIOSLAVE, AVENGED SEVENFOLD e outros) e Howie Weinberg (AEROSMITH, Iron Maiden, METALLICA, PANTERA e outros), logo no mês de lançamento, foi um dos CDs de Heavy Metal mais vendidos do Brasil e, recentemente, figurou na lista dos melhores trabalhos de 2009 dos principais meios de comunicação do segmento.
O clipe, dirigido, produzido e editado por Luiz Felipe Amorim, tem como cenário uma oficina abandonada na cidade de Santos (SP). Além da banda em performance, a vocalista Dani Nolden interpreta a personagem principal. Segundo a cantora, a canção fala "sobre uma adolescente maltratada, incompreendida, que a vida toda é colocada pra baixo pelos pais e pela sociedade. No caso, a mãe acusa ela de fazer máscaras por afronta, por desrespeito, pra ser agressiva, enquanto tudo que ela quer é se expressar".
Além disso, este vídeo anuncia oficialmente a entrada do baixista Ricardo Piccoli, que já estava acompanhando a SHADOWSIDE em suas últimas exibições. Além de músico experiente, Piccoli tem se destacado também como exímio produtor musical. "Foi uma surpresa muito agradável quando recebi o convite da banda e e está sendo um enorme prazer fazer parte da família Shadowside. Estava um tempo parado como músico, somente trabalhando com produção. É ótimo tocar e voltar aos palcos ao lado desses caras", declarou o novo integrante. O atual lineup da banda é composto por Dani Nolden (vocal), Raphael Mattos (guitarra), Ricardo Piccoli (baixo) e Fabio Buitvidas (bateria).
Neste momento, o quarteto se prepara para o lançamento de Dare to Dream na Europa e já planeja um retorno ao Velho Continente para os próximos meses. Enquanto isso, o grupo continua agendando shows pelo Brasil. Mais informações serão divulgadas em breve.
O videoclipe e as fotos dos bastidores da gravação estão disponíveis nos canais oficiais da banda no Youtube e MySpace, respectivamente
http://www.youtube.com/user/ShadowsidePress7
http://www.myspace.com/shadowsideband

ReVamp


A nova banda de Floor Jansen, REVAMP, colocou online a capa do debut homônimo, bem como a tracklist. A poucos dias Goticus Eternus havia postado a história desta grande artista Holandesa, então aproveitamos o momento para os futuros seguidores dessa que será concerteza uma das grandes bandas de metal do mundo :



Tracklist:
01. Here's My Hell
02. Head Up High
03. Sweet Curse
04. Million
05. In Sickness 'Till Death Do Us Part: All Goodbyes Are Said
06. Break
07. In Sickness 'Till Death Do Us Part: Disdain
08. In Sickness 'Till Death Do Us Part: Disgraced
09. Kill Me With Silence
10. Fast Forward
11. The Trial Of Monsters
12.
Under My Skin
13. I Lost Myself
As datas de lançamento são as seguintes:
Suécia e Finlândia: 26 de Maio;
Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda, Bélgica, Itália e Espanha: 28 de Maio;
Demais países europeus: 31 de Maio;
Estados Unidos: 27 de Julho.
Ainda não há previsão de data de lançamento no Brasil.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pentagrama (simbologia part .2)


 PENTAGRAMA, O SÍMBOLO MÁGICO DAS ANTIGAS TRADIÇÕES ATÉ HOJE
Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar. Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens, objetos, e criou símbolos para poder entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção.
Dentre estes inúmeros símbolos criados pelo homem, se destaca o pentagrama, que evoca uma simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que exprime a união dos desiguais. As cinco pontas do pentagrama põem em acordo, numa união fecunda, o 3, que significa o principio masculino, e o 2, que corresponde ao princípio feminino. Ele simboliza, então, o andrógino.
O pentagrama sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo consequentemente chamado de “Laço Infinito”.
A potência e associações do pentagrama evoluíram ao longo da história. Hoje é um símbolo onipresente entre os neo-pagãos, com muita profundidade mágica e grande significado simbólico.
ORIGENS, RITOS E CRENÇAS
Um de seus mais antigos usos se encontra na Mesopotâmia, onde a figura do pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia “aos quatro cantos do mundo”. Entre os Hebreus, o símbolo foi designado como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Às vezes é incorretamente chamado de “Selo de Salomão”, sendo, entretanto, usado em paralelo com o Hexagrama.
Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As. Pitágoras, filósofo e matemático grego, grande místico e moralista, iniciado nos grandes mistérios, percorreu o mundo nas suas viagens e, em decorrência, se encontram possíveis explicações para a presença do pentagrama, no Egito, na Caldéia e nas terras ao redor da Índia. A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas pelos pitagóricos, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como ” A Proporção Dourada”, que ao longo da arte pós helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos.
Para os agnósticos, era o pentagrama a “Estrela Ardente” e, como a Lua crescente, um símbolo relacionado à magia e aos mistérios do céu noturno. Para os druidas, era um símbolo divino e, no Egito, era o símbolo do útero da terra, guardando uma relação simbólica com o conceito da forma da pirâmide. Os celtas pagãos atribuíam o símbolo do pentagrama à deusa Morrigan.
Os primeiros cristãos relacionavam o pentagrama às cinco chagas de Cristo e, desde então, até os tempos medievais, era um símbolo cristão . Antes da Inquisição não havia nenhuma associação maligna ao pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador.
O imperador Constantino I, depois de ganhar a ajuda da Igreja Cristã na posse militar e religiosa do Império Romano em 312 d.C., usou o pentagrama junto com o símbolo de chi-rho (uma forma simbólica da cruz), como seu selo e amuleto. Tanto na celebração anual da Epifania, que comemora a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus, assim como também a missão da Igreja de levar a verdade aos gentios, tiveram como símbolo o pentagrama, embora em tempos mais recentes este símbolo tenha sido mudado, como reação ao uso neo-pagão do pentagrama.
Em tempos medievais, o “Laço Infinito” era o símbolo da verdade e da proteção contra demônios. Era usado como um amuleto de proteção pessoal e guardião de portas e janelas.
Os Templários, uma ordem militar de monges formada durante as Cruzadas, ganharam grande riqueza e proeminência através das doações de todos aqueles que se juntavam à ordem, e amealhou também grandes tesouros trazidos da Terra Santa. Na localização do centro da “Ordem dos Templários”, ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro. Há grande evidência da criação de outros alinhamentos geométricos exatos de Pentagramas como também de um Hexagrama, centrados nesse pentagrama natural, na localização de numerosas capelas e santuários nessa área.
Está claro, no que sobrou das construções dos Templários, que os arquitetos e pedreiros associados à poderosa ordem conheciam muito bem a geometria do pentagrama e a “Proporção Dourada”, incorporando aquele misticismo aos seus projetos.
Entretanto, a “Ordem dos Templários” foi inteiramente dizimada, vítima da avareza da Igreja e de Luiz IX, religioso fanático da França, em 1.303. Se iniciaram os tempos negros da Inquisição, das torturas e falsos-testemunhos, de purgar e queimar, esparramando-se como a repetição em câmara-lenta da peste negra, por toda a Europa.
Durante o longo período da Inquisição, havia a promulgação de muitas mentiras e acusações em decorrência dos “interesses” da ortodoxia e eliminação de heresias. A Igreja mergulhou por um longo período no mesmo diabolismo ao qual buscou se opor. O pentagrama foi visto, então, como simbolizando a cabeça de um bode ou o diabo, na forma de Baphomet, e era Baphomet quem a Inquisição acusou os Templários de adorar.
Também, por esse tempo, envenenar como meio de assassinato entrou em evidência. Ervas potentes e drogas trazidas do leste durante as Cruzadas, entraram na farmacopéia dos curandeiros, dos sábios e das bruxas. Curas, mortes e mistérios desviaram a atenção dos dominicanos da Inquisição, dos hereges cristãos, para as bruxas pagãs e para os sábios, que tinham o conhecimento e o poder do uso dessas drogas e venenos.
Durante a purgação das bruxas, outro deus cornudo, como Pan, chegou a ser comparado com o diabo (um conceito cristão) e o pentagrama – popular símbolo de segurança – pela primeira vez na história, foi associado ao mal e chamado “Pé da Bruxa”. As velhas religiões e seus símbolos caíram na clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando gradualmente, durante séculos.
DO RENASCIMENTO ATÉ HOJE
As sociedades secretas de artesãos e eruditos, que durante a inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora com o fim do período de trevas da Inquisição, trazer à luz o Hermetismo, ciência doutrinaria ligada ao agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos doutrinários orientais e neoplatônicos. Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, se tornou importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu, dando início a uma era de luz e desenvolvimento.
Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a Europa renascida, onde o pentagrama (representação do número cinco), significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz; o Homem Individual. A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o Homem Universal – dois eixos, um vertical e outro horizontal, passando por um mesmo centro. Um símbolo de ordem e de perfeição, da Verdade Divina. Portanto, “o que está em cima é como o que está embaixo”, como durante muito tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais.
O pentagrama pitagórico – que se tornou, na Europa, o de Hermes, gnóstico – já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento, mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder. Figuras de Pentagramas eram utilizadas pelos magos para exercer seu poder: existiam Pentagramas de amor, de má sorte, etc.
No calendário de Tycho Brahe “Naturale Magicum Perpetuum” (1582), novamente aparece a figura do pentagrama com um corpo humano sobreposto, que foi associado aos elementos. Agripa (Henry Cornelius Von de Agripa Nettesheim), contemporâneo de Tycho Brahe, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo.
Mais tarde, o pentagrama veio simbolizar a relação da cabeça para os quatro membros e consequentemente da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo – o espírito representado pela quinta essência ( a “Quinta Essência” dos alquimistas e agnósticos).
Na Maçonaria, o homem microcósmico era associado com o Pentalpha (a estrela de cinco pontas). O símbolo era usado entrelaçado e perpendicular ao trono do mestre da loja. As propriedades e estruturas geométricas do “Laço Infinito” foram simbolicamente incorporadas aos 72 graus do Compasso – o emblema maçônico da virtude e do dever.
Nenhuma ilustração conhecida associando o pentagrama com o mal aparece até o Século XIX. Eliphas Levi (Alphonse Louis Constant) ilustra o pentagrama vertical do homem microcósmico ao lado de um pentagrama invertido, com a cabeça do bode de Baphomet ( figura panteísta e mágica do absoluto). Em decorrência dessa ilustração e justaposição, a figura do pentagrama, foi levada ao conceito do bem e do mal.
Contra o racionalismo do Século XVIII, sobreveio uma reação no Século XIX, com o crescimento de um misticismo novo que muito deve à Santa Cabala, tradição antiga do Judaísmo, que relaciona a cosmogonia de Deus e universo à moral e verdades ocultas, e sua relação com o homem. Não é tanto uma religião mas, sim, um sistema filosófico de compreensão fundamentado num simbolismo numérico e alfabético, relacionando palavras e conceitos.
Eliphas Levi foi um expositor profundo da Cabala e instrumentou o caminho para a abertura de diversas lojas de tradição hermética no ocidente: a “Ordem Temporale Orientalis” (OTO), a “Ordem Hermética do Amanhecer Dourado” (Golden Dawn), a “Sociedade Teosófica”, os “Rosacruzes”, e muitas outras, inclusive as modernas Lojas e tradições da Maçonaria.
Levi, entre outras obras, utilizou o Tarot como um poderoso sistema de imagens simbólicas, que se relacionavam de perto com a Cabala. Foi Levi também quem criou o Tetragrammaton – ou seja, o pentagrama com inscrições cabalísticas, que exprime o domínio do espírito sobre os elementos, e é por este signo que se invocavam, em rituais mágicos, os silfos do ar, as salamandras do fogo, as ondinas da água e os gnomos da terra” (“Dogma e Ritual da Alta Magia” de Eliphas Levi).
A Golden Dawn, em seu período áureo (de 1888 até o começo da primeira guerra mundial), muito contribuiu para a disseminação das raízes da Cabala Hermética moderna ao redor do mundo e, através de escritos e trabalhos de vários de seus membros, principalmente Aleister Crowley, surgiram algumas das idéias mais importantes da filosofia e da mágica da moderna Cabala.
Em torno de 1940, Gerald Gardner adotou o pentagrama vertical, como um símbolo usado em rituais pagãos. Era também o pentagrama desenhado nos altares dos rituais, simbolizando os três aspectos da deusa mais os dois aspectos do deus, nascendo, então, a nova religião de Wicca. Por volta de 1960, o pentagrama retomou força como poderoso talismã, juntamente com o crescente interesse popular em bruxaria e Wicca, e a publicação de muitos livros (incluindo vários romances) sobre o assunto, ocasionando uma decorrente reação da Igreja, preocupada com esta nova força emergente.
Um dos aspectos extremos dessa reação foi causado pelo estabelecimento do culto satânico – “A Igreja de Satanás” – por Anton La Vay. Como emblema de sua igreja, La Vay adotou o pentagrama invertido (inspirado na figura de Baphomet de Eliphas Levi). Isso agravou com grande intensidade a reação da Igreja Cristã, que transformou o símbolo sagrado do pentagrama, invertido ou não, em símbolo do diabo.
A configuração da estrela de cinco pontas, em posições distintas, trouxe vários conceitos simbólicos para o pentagrama, que foram sendo associados, na mente dos neo-pagãos, a conceitos de magia branca ou magia negra. Esse fato ocasionou a formação de um forte código de ética de Wicca – que trazia como preceito básico: “Não desejes ou faças ao próximo, o que não quiseres que volte para vós, com três vezes mais força daquela que desejaste.”
Apesar dos escritos criados para diferenciar o uso do pentagrama pela religião Wicca, das utilizações feitas pelo satanismo, principalmente nos Estados Unidos, onde os cristãos fundamentalistas se tornaram particularmente agressivos a qualquer movimento que envolvesse bruxaria e o símbolo do pentagrama, alguns Wiccanianos se colocaram contrários ao uso deste símbolo, como forma de se protegerem contra a discriminação estabelecida por grupos religiosos radicais.
Apesar de todas as complexidades ocasionadas através dos diversos usos do pentagrama, ele se tornou firmemente um símbolo indicador de proteção, ocultismo e perfeição. Suas mais variadas formas e associações em muito evoluíram ao longo da história e se mantêm com toda a sua onipresença, significado e simbolismo, até os dias de hoje

terça-feira, 20 de abril de 2010

Estilos apreciados na cultura gotica


A música apreciada na Cultura Obscura abriga desde as sonoridades mais rústicas, como a produzida entre algumas bandas góticas na década de 80, até a sofisticação do Metal que emergiu na década de 90. Pode oscilar entre sonoridades modernas, como a dos estilos eletrônicos mais pulsantes e dançantes, ou buscar referências na música medieval.
Desse modo, é possível ter uma idéia de quanto é amplo e democrático o conceito de música quando relacionado à cultura obscura, e pode-se perceber que não há padrões rígidos que determinem estilos específicos. Porém, há alguns pontos que são comuns na maioria. Podemos citar como exemplos, letras que abordam temas existenciais e que algumas vezes baseiam-se em obras da literatura romântica. Além de uma referência instrumental recorrente à música étnica, (de culturas orientais, por exemplo), e do próprio folclore europeu. A música erudita também é uma referência bastante comum, que pode estar presente tanto nos estilos mais suaves, como o Ethereal, até nos mais agressivos e pesados, como o Metal.
Alguns estilos, como o Ethereal, New Age e Dark Ambient/Atmospheric, muitas vezes, podem trazer uma sonoridade semelhante. Isso faz com que algumas bandas sejam genericamente inclusas sob mais de um rótulo. Este conceito também pode ser aplicado ao Metal e suas subdivisões.
(O objetivo deste artigo não é delimitar ou impor rótulos sobre os estilos citados. Mas apenas fornecer informações sobre as variações musicais mais presentes na cultura obscura. As bandas e artistas citados são apenas referências para que o leitor possa ter uma idéia mais clara dos estilos que são abordados nos tópicos.)
Gothic Rock
No Gothic Rock, o instrumental é simples, composto por guitarras, baixo e bateria. Os vocais característicos são graves. A expressão Gothic Rock foi usada pela primeira vez no final da década de 70 para classificar bandas como Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees, que também eram rotuladas como pós-punk. Mas suas influências não estavam limitadas ao punk. Neste momento, bandas que posteriormente seriam classificadas como Death Rock ainda eram chamadas de Gothic Rock. Assim, a fronteira entre o Death Rock e o Gothic Rock não são muito nítidas.
Referências: Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees.


Industrial/E.B
Apesar de muitas vezes serem classificados sob um mesmo rótulo, originalmente, E.B.M (Eletronic Body Music) e Industrial são estilos diferentes. Porém, é muito comum que bandas que sejam enquadradas num destes segmentos transitem livremente para o outro, e a fronteira que os diferenciam esteja cada vez mais sutil.
Ambos surgiram na década de 70 e suas bases recorrem ao experimentalismo eletrônico. Inicialmente, o Industrial utiliza-se de objetos de uso cotidiano para produzir as músicas. Não havia uma preocupação com características básicas, como melodia e harmonia. Ao longo dos anos, tornou-se comum o uso de timbres eletrônicos; as músicas adquiriram uma sonoridade mais dançante e os estilos subdividiram-se em Industrial-Rock, Industrial-Metal e CrossOver, entre outros.
Referências: Marilyn Manson, Cabaret Voltaire e Front 242.


Ethereal
O Ethereal é um dos estilos que foram classificados como Darkwave. No Ethereal encontra-se melodias lentas e suaves. O instrumental é composto por bases eletrônicas de sintetizadores ou orgânicas (acústicas). Há uma forte influência de música folclórica (européia) e de diversas culturas (não européias), além de música erudita e experimentalismo eletrônico. No Ethereal é muito comum que as músicas soem melancólicas e introspectivas.
Referências: Cocteau Twins, Dead Can Dance e Lycia.

Dark Ambient/Dark Atmospheric 
 Não há uma linha muito nítida que divida estes estilos. A semelhança é tanta que alguns até os consideram sinônimos. Também, a sonoridade muitas vezes se confunde com o Ethereal.
No Dark Ambient/Atmospheric o instrumental é delicado, com timbres eletrônicos que simulam violinos, sinos e efeitos diversos, como sons da natureza. Há também as bandas que utilizam instrumentos de música erudita, como violinos, cellos e flautas, compondo assim uma sonoridade mais orgânica, considerada neoclássica. Há a influência de música folclórica e os vocais, geralmente, são baseados no canto lírico. Como no Ethereal, muitas músicas soam melancólicas, com uma "tristeza passiva".
Referências: Dargaard, Elend e Autumn Tears.

New Age
O New Age, que significa literalmente Nova Era, pode ser considerado um movimento artístico-espiritual surgido na década de 60, composto por diversas crenças orientais. O estilo musical New Age também se caracteriza pela influência da música oriental. Porém, não se resume a isso. O New Age se subdivide em vários segmentos que possuem referências da música erudita e folclórica européia, por exemplo.
A sonoridade do New Age é suave e orquestrada. Possui melodias lentas muitas vezes interpretadas através do canto lírico, corais de vozes, sintetizadores e bases eletrônicas.
Referências: Era, Enigma e Enya.


Medieval e Renascentista
Quando relacionada à música consumida na cultura obscura, o termo Medieval pode referir-se à música do período medieval (principalmente da Baixa Idade Média no período de transição para a Renascença) ou ao estilo produzido por bandas e artistas contemporâneos que se inspiram na música medieval.
A música do período medieval é caracterizada, inicialmente, por melodias vocálicas sem acompanhamento instrumental, que fluem livremente desenvolvendo-se com suavidade e ritmos irregulares. Posteriormente, surgiu a polifonia e o acompanhamento de instrumentos como flautas, tambores e instrumentos de corda. Estas variações podem ser associadas tanto à musica medieval religiosa como a música medieval profana.
A música produzida atualmente que é inspirada no período medieval traz, além das características da música medieval de várias fases, também experimentalismos eletrônicos que, algumas vezes, flertam com Ethereal. Alguns artistas tendem a buscar uma sonoridade autêntica da época, enquanto outros produzem músicas com instrumentação mais complexa soando mais "pop".
Referências: Mediaeval Baebes, Ataraxia e Arcana.


Música clássica e neoclássica (Erudita)
Na cultura obscura, a música clássica é uma referência que se combina com outros estilos. Por exemplo, sua influência é notada entre estilos como Ethereal e Metal e entre artistas que buscam uma maior sofisticação na sonoridade através violinos, cellos, vocais sopranos e tenores, piano e cravo, por exemplo. Assim, buscam inspiração em compositores de diversas fases como Mozart, Beethoven, Chopin e Strauss.


Metal
Várias subdivisões do Metal são apreciadas na cultura obscura. Entre elas, principalmente, o Gothic Metal, Doom Metal, Metal Lírico e Metal Sinfônico. Há diversas características comuns entre estes estilos; a mais presente é a utilização de elementos de música clássica, como violinos, pianos, flautas e vocalização lírica. Estes itens combinam-se com as características mais comuns do Metal: guitarras graves, vocais urrados e variação rítmica. Além de letras que abordam o folclore do país natal da banda, ou referências de obras literárias, arcaísmos e expressões em latim, por exemplo.
Algumas bandas destes segmentos podem ter sido influenciadas pelas bandas do Gothic Rock oitentista e do Doom da década anterior. Além disso, é muito comum serem classificadas também em outros estilos.
Referências: Epica, Tristania e Theatre of Tragedy.

Referência bibliográfica:
Estilos Góticos/Goth Song's - Robert Sethiano Kolaço (International Goth Society inc.)