Por mim nunca esquecido

Serei eu sufocado pelas palavras incertas

Visões maléficas, de amores supérfluos

A real ingratidão suma daqui, suja imperfeição

Não quero ser senhor do perdão

Quero só carregar em minhas costas

O amor nunca em vão, que sejas este pagão

Ah deslumbro inseguro, não me tenhas como refúgio

Sou pequeno escravo do amor

Mas nunca serei seu servidor

Porque não me entenda em poucas palavras

Não sou orador inventor

Anjos que já ouviram, sim, eles compreendem

Cada grito meu, nunca serei semi Deus

Apenas quero estar nas azas de quem me acolheu

Mas não me acolhas, com pecado provocante

Com teu gozo viciaste meus ouvidos

Mas estes estão longe do meu coração

A ser penetrante, não sou viajante,

Mergulhei em outros mares,

Percorri planícies florais, mas terminaram

A murchar e presentear com mil pétalas de sangue

Lagrimam cortantes noites irrelevantes

Sonhos distantes...

Aqui me ponho a me entregar, ao destino incerto

Neblina ofuscante, no outro lado daquela ponte

Guerra sem morte, ódio sem corte, tempo insignificante

Espero aqui caído meio subentendido

Mas não quero amor bandido

Quero o doce amor divino

Do toque infinito jamais conseguido

Eis que por mim nunca esquecido...

De Tiago Dotto (Goticus Eternus)