Entre espelhos

Distante de seus olhos agora
Meus passos ainda me levam a você...
A brisa do vento traz-me seu perfume
 

Tão doce quanto à ilusão de desejar-te...

Os espelhos em minha frente ainda impedem-me
De tocar-te como quero...
 

As frustrações de meu amor, tão triste,
Cegam minhas vontades...

Em cada soneto que canto, e em cada poema que leio...
 

A cada passo dado, e em cada aroma que percorre meu corpo...
Em todos os sonhos e inevitáveis pesadelos...
Você está...

E como se nada pudesse afastar-me de seus olhos;
Se minhas palavras não dançassem em direção aos seus ouvidos;
E se sua voz não encantasse meus devaneios, ainda sigo caminhando...

Sem uma direção correta,
Sem uma esperança concreta...

Ainda te vejo entre vários espelhos,
Vendo minha alma em vários cacos de vidro
Tentando formar nossos rostos...

Quem sabe, porém, você não os enxerga e os junta,
Para guiar nossos destinos?

Entre Espelhos...

Por Tiago Dotto (Goticus Eternus)