FANTASMAS REAIS

 Acordei a pouco, deste escuro inerte.

   O lugar é singular, aqui passo a ficar,

Aqui ei de estar, o quarto do sono,

Meu porto inseguro, seguro deveria estar.

Minha mente reflete um passado, ferido,

Das boas lembranças, meu corpo requer normalidade,

São as marcas sangradas em meu peito, que não consumo.

Estas me afogam, em mar sem sal.

Luto para manter certo brilho no olhar,

Não quero me tornar derrotado.

Sinto em mostrar meu desgosto, meu anseio.

Aos outros, que seguram as mãos.

Este forma de tortura a me torturar, ao apagar da luz,

Ao deitar de meu leito, me esmaga o peito,

Não rolam mais lagrimas, quando elas me fazem odiar.

Odiar em pesadelos...

Aqueles que deitam, mesmo sem penar,

Que traem e continuam a sonhar,

Que mentem amor, palavra sem sabor,

Que sorriem sem importar se a verdade esta no ar.

A um anjo que de longe me encanta, sempre.

Emite-me um consolo de luz.

Mas não posso tocá-la nem senti-la.

Os fantasmas reais, sim esses me presenteiam a cada noite.

E destes fantasmas a justiça retira o olhar.

Existe justiça? Em um mundo real

E quem mede o mal?

E quem julga o bom...

Hoje queria ser irreal...

De Tiago Dotto (Goticus Eternus)