quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Flor Despetala (Lua)

Espaço dedicado a poetisa da noite Lua




Árvore de inverno, cansada, enfraquecida, e por alguns esquecida. É noite enluarada, onde vento toca sua folhas, que voam para ouvir lamentos de amores. A árvore enraizada, que fica à sua espera, só para ouvir teus pensamentos de quimera. Árvore extasiada com demasiada sensibilidade, onde suga tuas lágrimas que formam poça de umidade. Assim, sussurros fundem-se no ar: “- De que adianta ter gente que me joga flores; - De que me adiantam flores se não sinto os odores.” “ - Não se cansam de cair as flores, queda inútil, - A lama levará assim como eu, - Malditas sejam as flores a perturbar-me a razão.” A árvore aflita deixa seu desespero ecoar, em forma de punhado de folhas a desabar. E com o desprendimento do mais puro amor, a sensível árvore libera seu maior tesouro, sua única e mais sublime flor despetala, dizendo: - Uma flor para ti, sem cheiro, sem cor e sem brilho, apenas uma flor esperando água e teu amor.
                          
                                          Por Ailame Guria Lua

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