Espaço dedicado a poetisa da noite Lua
Árvore de inverno,
cansada, enfraquecida,
e por alguns esquecida.
É noite enluarada,
onde vento toca sua folhas,
que voam para ouvir lamentos de amores.
A árvore enraizada,
que fica à sua espera,
só para ouvir teus pensamentos de quimera.
Árvore extasiada
com demasiada sensibilidade,
onde suga tuas lágrimas que formam poça de umidade.
Assim, sussurros fundem-se no ar:
“- De que adianta ter gente que me joga flores;
- De que me adiantam flores se não sinto os odores.”
“ - Não se cansam de cair as flores, queda inútil,
- A lama levará assim como eu,
- Malditas sejam as flores a perturbar-me a razão.”
A árvore aflita
deixa seu desespero ecoar,
em forma de punhado de folhas a desabar.
E com o desprendimento do mais puro amor,
a sensível árvore libera seu maior tesouro,
sua única e mais sublime flor despetala, dizendo:
- Uma flor para ti, sem cheiro,
sem cor e sem brilho, apenas uma flor
esperando água e teu amor.
Por Ailame Guria Lua
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