A Pétala

               

Se esta rosa perdeu uma pétala

Não foi pelo tempo que desabrochou

Não foi pelo vento frio do sul

Ou por falta de uma terra enriquecida

Tal pensamento me vem à cabeça

Foi a primeira vez que esta rosa perdeu uma pétala?

Fará tanta falta esta estrutura que a completava

Ficara ela mais leve ou mais frágil

Hoje conversei com um anjo, não de asas

Nem de outrora fantasia

Tal anjo sem saber segurou tal rosa que lhes conto

Ele me mostrou a minha pétala caída ao chão

Ele viu sentido na pétala caída

Não precisei falar uma palavra

El me traduziu...

Sabia tal anjo em formas femininas

Tal rosa á de perder as outras pétalas

Não se assuste não temas, não se desespere

Aquela pétala perdida ficara ali ao chão

Cabe a rosa escolher em seu pensar interior

Se lá de cima ela verá a pétala se decompor

Ficando seca, sem seu suave aroma, não deixando

Nada para a terra de onde veio

Ou entendera seu destino, e ter orgulho que sua pétala

Ao tempo que esplandeceu, trouxe seu perfume, sua pureza

E seu amor visível, com toda a seiva que podia gerar

Perfeita ela completou sei que sabes de tudo isto

Sei que sabes que isso não é tudo

Eu sei sem perguntar que a pétala é teu amor perdido

Eu seu que a rosa é teu coração confundido

Olhe para baixo, veja este caule, estas raízes, olhe!

A outras rosas, sinta o aroma delas

Perguntei a linda forma angelical

Mas e estes espinhos?

Ela suavemente já partindo exclamou em uma pergunta

Súbita

E a seiva que me referiste esta que tu falaste sempre

Trazer teu amor visível

Por acaso este amor deixou de ser mais verdadeiro

          Ao ultrapassar por estes  espinhos?

De Tiago Dotto (Goticus Eternus)