Foto do maior festival gótico do maior país gótico do mundo |
Esse é o país com a maior cena gótica do mundo, ao ponto de ser até parte do mainstream inclusive nos termos comerciais. Tem as maiores revistas sobre a cena, como a Sonic Seducer e a Orkus, grandes festivais góticos como o M’Era Luna e o Wave-Gothik Treffen
com uma audiência que supera facilmente 15 mil pessoas, uma serie de bandas profissionais e gravadoras (como Trisol, Out of Line). Talvez pelas facilidades de um país desenvolvido, muitos dos empreendimentos ligados à cena no meio dos anos 90 começaram a virar sucessos financeiros que atingiram a mídia ao redor do mundo. Há também as maiores comunidades virtuais do mundo (Gothiccommunity.de, por exemplo) e junto com a Inglaterra, a maior produção intelectual a respeito da subcultura que não é mais subcultura (a maioria dos sociólogos que você encontra escrevendo livros sobre os góticos são alemães, embora os livros mais populares aqui no Brasil sejam ingleses…).
A cena chega a ser tão grande e comercialmente tão lucrativa que há muitos “hangar-ons”, membros periféricos ou o que chamamos no Brasil de oportunistas trevosos wannabes. Como a cena de lá já saiu há algum tempo de todo o arcanismo que ela normalmente invoca, sendo bandas como o Lacrimosa e o Rammstein bastante populares tanto por membros dentro quanto fora da cena, muitas pessoas se interessam por parte do estilo gótico, como a música e/ou o vestuário sem necessariamente fazer disso seu estilo de vida central. Ou seja, lá é muito comum ser gótico de fim-de-semana (ou terça-feira, que você saí mais cedo do trabalho na Alemanha pra beber cerveja, uhu!) assim como alguns de nós já formos para um show de death rock, heavy metal ou coisas piores diferentes por gostar também de alguma coisa – amigos em comum, a música, pegar mulher que seja! Isso também atraí todo o tipo de investimento de marketing em prol dos góticos para trazer essa parcela do mercado (a maioria dos comerciais que você vê no youtube que envolve góticos são Alemãs).
Lembre-se que o rótulo Gothic Metal pegou muito mais na Alemanha do que em outros países (mesmo no Brasil). Boas partes da variedade da cena gótica em muitos sentidos vêem desse país.
Todo o tipo de gótico
Apesar da internet, que facilita a comunicação ao redor do mundo, e o tamanho da cena, os góticos alemães têm um notável número de estilos de moda e idiossincráticos, o que faz surgir muito aquilo que chamamos a grosso-modo de subdivisão (ok, faltou palavra melhor): Temos nesse país os góticos medievais, os góticos que gostam de EBM/Industrial (e que trouxeram toda essa modinha pra cá) e um crescente número de Neofolks.
O gótico medieval tem muito daquela visão que termos do trevoso aqui no Brasil, só que com mais estilo, menos forçado, sem acreditar em alma gótica e goticismo e mais criativo: Vestem roupas medievais e escutam músicas com influência secular (chamado por lá como Middle Ages Rock) que cada vez mais popular na Alemanha. Junto da (pasme!) cena Role-playing, a cena gótica medieval criou uma facção dentro dos góticos alemães que se desenvolve junto com os góticos. Boa parte do público da Wave-Gothik Treffen que muitos daqui vêem por fotos são esse povo todo. Esse é o sub-público mais atingido pela publicidade dentro os góticos, justamente por ser um público que tenta emular os hábitos medievais (ou aquilo que eles acham que foram mediáveis), como religiões pagãs e o próprio catolicismo (ou uma transa adultera dos dois), as roupas e todo aquele climinha etheral.
A maior de todas, mas não tão nacionalmente restrita é a cena EBM. Com a parte que o gótico escuta (porque tem EBM que gótico não escuta, por ser muito machão) surgiu entre a Alemanha e a Belgica, não é muito diferente do visual que alguns aqui costumam encontrar nas baladas não-trevoso: Coturno, tecidos sintéticos, dreads, cabelos longos e coloridos… Bom, é mais fácil mostrar aqui:
É aquele público que embora gostando de algumas bandas de EBM, vai em evento de música eletrônica e em baladas góticas da mesma forma, misturando com os outros públicos existente. Bandas como God Module, Angelsplit e Psychon Nine são muito admiradas por esse público. Alguns de vocês vão identificar facilmente com aqueles góticos mais metido a EBMers, e não é tão longe disso, sendo que a diferença desse é que esses não se atentam ao militarismo, virilidade e ao posicionamento marcial que o EBM tanto invoca. Por sinal, as danças que você encontra no Youtube de góticos são desse público.
Por fim, temos o público do Neofolk (não confundir com os medievais): O menor e crescente público, mais controverso inclusive, que mistura um interesse pela história alemã ou européia com músicas foclóricas (aka. Folk music) com um jeitão “darque” de ser. Customizam no seu look tradicional gótico elementos do estilo totalitário e militar, principalmente entre os homens, embora raramente defendam esses tipos de regimes. Muitas bandas que eles escutam e admiram, como o Death In June e o Sol Invictus. É um público que representaria melhor a música Etheral e o Darkwave, principalmente coisas como Faith and the Muse e Opera Multi Steel.
que sonho nós podermos sair com nosso estilo manda.
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