segunda-feira, 3 de maio de 2010

Azas Quebradiças



Sussurro deserto sonoros, vindo da ânsia de voar
Voar para longe de teu ser, para um não ter sem fim
Com azas quebradiças, já enfraquecidas, sem alento
Rasgadas pelo vento do teu desprezo.

Fizeras-te tu flutuar-me em um céu anil
Ou foi minha gana em me segurar aos teus pés
Pois tu foste fada insana para mim, na mais turva planície
A mais alta gelada montanha...

Trouxeste-me os mais belos sorrisos,
Mas também os mais doloridos pesadelos.
Foi minha princesa encantada
Ou mera fonte de lágrimas

Eras tu doce ninfa, minha virgem, deste-me teu pudor
Ao qual jurei todo meu amor, sem louvor, apenas puro;
Sedutor
Caí...

De ti nem mesmo olhar, nem mesmo pesar
Do abismo pensante, somente eu a sangrar
Gotículas do desamor
Do desabar da solidão, cruel cruz a crucificar
Aquele que só te quis amar

       De Tiago Dotto (Goticus Eternus)

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