Lua companheira

Viu cair a ultima estrela incandescente

Pensante imaginou esta estar posta distante

Distante do coração quebrante

Distante dos olhos lacrimejantes

Acostumou-se afinal findava tudo sempre tão cortante

Cortes profundos, nunca cicatrizantes

Rios rubros transparentes aos olhos dos seres “brilhantes”

A seres cheios de luz, andam ao meu lado

Tocam-me, me beijão,

Luminosa cada vez mais artificial

Ele caminha entre a escuridão e o brilho dos “brilhantes”

Não vá se enganar, ele não é frio, ele não é maldade, tão pouco obscuridade

Ele vê sentido na escuridão, para quando caminhar no brilho de costume

Saber diferenciar os “brilhantes”...

Somente tal ser pensante vê estrela cair incandescente na escuridão

Veja vocês tal estrela que caíra, não estava em meio à escuridão?

Uma resposta a ele mesmo

Que pensava tal estrela ter caído tão distante

Hoje ele terá uma luz natural ao seu lado

Não desses “brilhantes” que competem à luz entre si

Ele agora não chorará sangue

Um pássaro negro relata a ele que fora presente da lua

Uma amiga companheira, apaixonante profetiza; sedutora...

A sim a lua, esta que ele sempre viu às vezes tão de perto

Não precisava pensar se distante estará

Aquela que os brilhantes tanto necessitam quando estão na escuridão

Ele até consegue sorrir, veja só ele a tem ao seu lado agora

Até mesmo nas horas de luz

Ele valoriza tal luz, por estar acostumado com a escuridão

Mesmo se for um resquício de luz da estrela caída

Nem perto esta do brilho enorme de sua linda conselheira

A lua companheira...

                                      De Tiago Dotto (Goticus Eternus)